Acordado de um coma
social,
Despertei em mim o sujeito
poético.
Abandonando as ardósias
do passado,
Desembaracei as asas de
um espírito selvagem,
Que alberga as memorias
de uma viagem,
De anos e de reprovação
marcado.
Livre como o vento
escrevo,
Linhas de uma
idealidade instintiva.
Relembrando uma
infância perdida,
Como em pautas que
decifro a melodia,
Da música que reaviva o
dia,
De uma alma à poesia
vendida.
Esquecidos pelo velho
tempo,
Que a contemporânea
sociedade do Fado se encarregou.
Andam a monte os poetas
escondidos,
Como do astro-rei fogem
as sombras tímidas,
De uma multidão de
lembranças rígidas,
Dos sonhos dos
indivíduos esquecidos.
Como de uma droga, sou
dependente
Do sentimento que a
poesia acarreta.
Sou possuído por cada
frase escrita,
Que é proveito da plena
inspiração,
Em meros momentos de
concentração,
Enquanto o meu coração
de só palpita.
Por fim acaba a introdução,
À minha decepção
artística.
|
De ver o poeta a ser
esquecido,
A poesia ser meramente
rejeitada,
E a alma romântica
acabada,
Num preclaro poema
perdido.
Sanches
Sem comentários:
Enviar um comentário