Olho para o espelho e
vejo,
Uma alma presa ao
próprio reflexo,
Que de o ver tão
complexo,
Se torna seu próprio
desejo.
Amarrado à própria
ilusão,
Cego pelo que tanto
quer ver,
Opta por tudo esquecer
E torna-se sua própria
paixão.
Descobre então, um ser
esquecido,
Limitado num mundo
paralelo
No qual todo o perdido
é belo,
Pelo que mostra o que é
pretendido.
Mas em tremenda vontade
de ambição,
Este pobre ser em vão
se esmera,
Pelo alcance de si
próprio, desespera
E se entrega á
decadente solidão.
Não é loucura, pois há
retribuição.
Ao invés da sombra que
foge da própria existência,
Este outro eu, busca-me
sem desistência,
Cada vez que desperto
sua atenção.
Vejo no seu expressivo
olhar,
A igualdade de
sofrimento,
De nunca em algum
momento,
Ele me puder tocar.
E assim o abandono
diariamente,
Num reflexo, limitado,
do meu mundo,
Onde este num desgosto
profundo,
Me vê partir novamente.
Sanches
Sem comentários:
Enviar um comentário