Escreve o poeta as palavras em papel para não esquecer.
Esquece o poeta o papel e as palavras nele adormecem.
Fica amarelo o branco e o tempo assim se manifesta
E despertam as velhas palavras, sonâmbulas, num momento de conversa.
A sensação arrepiante de lembrança, do esquecimento a desvanecer-se,
Faz abrir o poeta o armário e enterrar-se no passado.
Apaga a duvida da antiga ocorrência de tal pensamento,
Onde as palavras eram a estrutura de um sentimento,
Quando se depara com o frágil papel, com a escrita de outrora,
Marcada a tinta, tão activa perante a acção do tempo.
Rasga-lhe o olhar um brilho liquido, que se materializa numa lágrima de alegria.
Pensar que o ontem de antigamente, nunca viria a ser relembrado
Que a tinta gasta na escrita de pormenores, que apenas para mim significam,
Seria perda de esforço, pensando que o meu amanha
Do meu hoje em percepção de mim próprio falharia.
Sei agora que cada palavra escrita, é a voz, que ouço desde sempre,
Cada vez que o meu intimo chora.
O choro do meu intimo a tanto se deve.
Tantas as razões que fazem o gemido do meu interior,
Me despertar no sono em que nos arrastamos,
A escuridão em nos guiamos.
A sobrevivência do simples acto de pensar
É cada vez mais o desafio de cada dia.
A fronteira começa a dissipar-se
E já não é fácil escolher o sentimento,
Optar pelo real ou pelo induzido.
Grita-me de forma assombrosa
A minha realidade que, escondida,
Ainda me faz agir.
Educa-me o meu próprio ser,
Envergonhado pela diferença
Por não se enquadrar,
Por temer perder-se,
No meio do que pode o Ser Humano.
Transformar-se.
Sanches
Mensageiro Poético
Caros leitores, é do meu agrado que este simples suporte literário, suscite a vossa mais profunda imaginação, ou muito simplesmente, capte a vossa atenção. A linhas que aqui vos deixo, são a marca de várias passagens da minha vida ou da vida de alguém. Agradeço que, se dispuserem do devido tempo, me deixem a vossa mais sincera e construtiva opinião, para que melhore a minha produção. As vossas opiniões serão parte do fundamento para o Futuro dos meus trabalhos. Sanches
Eterno amante
Posso hoje não me lembrar
Amanhã até me esquecer
Mas no dia seguinte tu saberás
Não existe espaço a preencher
Nem caminho a decidir
Está traçado e decidido
Podes até duvidar
E um dia esqueceres
Mas antes que amanheça não o permitirei
Pode estar escuro
Frio e nevoeiro
Mas verás onde menos esperas
Recuperarei cada pedaço
Se por ventura o despedaçar
E monta-lo-ei de forma ainda mais perfeita
Mas hoje nada disto tem sentido
Porque aqui estou eu
Com o pensamento ocupado pelo mais me completa
Amo-te e enquanto o meu coração bater e o ar assim o permitir esta é a minha verdade... Do teu eterno amante ... Sanches
Daniela Dias
Amanhã até me esquecer
Mas no dia seguinte tu saberás
Não existe espaço a preencher
Nem caminho a decidir
Está traçado e decidido
Podes até duvidar
E um dia esqueceres
Mas antes que amanheça não o permitirei
Pode estar escuro
Frio e nevoeiro
Mas verás onde menos esperas
Recuperarei cada pedaço
Se por ventura o despedaçar
E monta-lo-ei de forma ainda mais perfeita
Mas hoje nada disto tem sentido
Porque aqui estou eu
Com o pensamento ocupado pelo mais me completa
Amo-te e enquanto o meu coração bater e o ar assim o permitir esta é a minha verdade... Do teu eterno amante ... Sanches
Daniela Dias
Despertar Ilusório
O luar,
Numa noite calma,
Em que tudo brilhava
Em torno da alma.
Iluminava no escuro,
O brilho radiante,
Do sorriso boreal
De uma rapariga
encantadora.
Outrora vira aqueles
cabelos,
Agora laranjas da cor
do Sol,
Ondulados e volumosos,
Dos quais as curvas
traçam
o meu caminho.
Descobri naquele
momento
Um novo sentido,
O qual tão forte
Que não consegui
omitir.
Cada linha que aqui
escrevo
Traça o que sinto em mim.
Nada do que digo ou
escrevo
Reflecte o que sinto
por ti.
|
Como um espelho que
me reflecte,
Em ti vejo a imagem
do que mais me completa.
A beleza e a pureza
Que preenchem a minha
alma deserta.
Desculpa o constrangimento
de cada letra
que escrevo desta
forma.
Obra com palco numa
madrugada fria,
Perante o nascer de
um novo dia
Que o destino aplica
em norma.
Foram os primeiros
raios,
Daquele despertar de
Verão,
Que lembraram estes
versos,
Acompanhantes da
minha ilusão.
Sanches
|
A Descoberta, o Mar e uma Caravela
Pela janela vejo o mar,
E uma caravela a
navegar.
Desfolhando um livro penso,
Porquê tão azul é o
mar.
Imagem fascinante eu
vejo,
Com tantos azuis a
contrastar,
Desde o claro azul do
céu,
Até ao escuro azul do
mar.
Tanta felicidade me
traz
O desfrutar desta
paisagem.
Esqueço as coisas más
E sonho naquela bela
viagem.
Numa caravela
vagueando,
Pelo mar a sonhar.
Pensando que debaixo do
mar azul
Há muito para
encontrar.
Assim facilmente
perceberá
Que não há nada a
perder.
A chave é pensar e
sonhar,
Para mais coisas
conhecer.
Sanches
Manifesto de Irrealidade
Julgado por uma
aparência descontraída,
Sofro com a incerteza de
por quem me aperfeiçoo.
Reclama a dúvida da
minha aleivosia,
Não acreditando ser o
íntimo da minha inspiração.
Cada palavra que
sentimentalmente lhe emprego
Suscita-lhe a dúvida da
sua peculiaridade,
Desta forma tento
alcançar a sua indubitável confiança.
Tudo começa com um
deslize hormonal,
Com a instabilidade dos
fundamentos da nossa integridade
E com a cedência
perante o pecado.
Os dois corpos se
aproximam
E a totalidade à sua
volta se consome,
Permanecendo apenas
duas presenças
E um universo paralelo.
Há uma simpatia
material forte,
Mas a atracção entre as
mentes…
Entre a utopia de cada
individualidade,
Provoca tal união de
ânimo,
Que nem o mais poderosa
das divindades,
Poderia prescrever a
sua sentença de termo.
É então que um
elementar contacto
Estimula uma
imprevisível reacção,
Toda aquela bela
aparência
Se resigna a minha
competência
E em suaves suspiros
Me faz compreender a
ânsia de prossecução.
Percorro cada ponto
susceptível do seu corpo,
Dentro da permissão
decente da contingência
E rendo-me ao sucedido,
Desprezando qualquer
sentimento…
Culpa… apreensão… ou
arrependimento…
O tempo fluiu de forma
indeterminada,
Até que sem qualquer
possibilidade
De constrangimento,
A linguagem passa a ser
física
E os lábios se tocam em
consonância,
E um beijo realça algo
manifestamente previsto.
Julgamo-nos pela
perplexidade
Do sucedido ser certo
ou errado…
Culminamos numa paixão
de culpa,
Posterior ao
acontecimento,
Mas coevo a um
arrependimento ilusório.
Ambos desconvimos de
tal exercício,
Embora sejamos
ineficazes perante a resistência.
Estamos entregues a um
jogo…
Um vício ao qual
cedemos,
Sem autoridade de
abandono.
A união dos nossos
temperamentos,
Impede que o afogo das
partes
Iniba a pretensão.
Repetição constante das
instâncias,
Se torna uma prática
intemporal.
Criatura Nocturna
Aproxima-se fugazmente
a escuridão
E o medo da impotência
me agonia.
Temo qualquer reflexo,
Temo qualquer luz
natural,
Arrepia-me até a minha
própria sombra.
De toda a certeza que
possa ter,
Esta é a única de que
não duvido,
Amanhã apenas me
lembrarei…
Do esquecimento.
A cada segundo me
entrego,
E quanto mais luto,
Mais se apodera de mim.
É algo forte e
possessivo,
Ao qual não resisto…
Tenho de me deslumbrar
com a sua forma
E render-me a sua
soberania.
Avanço em ténues passos
mortos,
Empurro a porta com um
gesto extenuado,
Parando apenas com a
aura da noite.
Quando a olho…
Preenche-me um
afrontamento gélido.
Aconteceu!
Estou enclausurado no
meu físico,
Sem poder controla-lo.
Sinto a mudança,
Um padecimento que
adoro.
Esta força… este poder…
O desejo da liberdade,
Que apenas tenho fora
da minha competência.
A ultima coisa que me
recordo…
(Sou outro eu,
Sou outra existência,
Sei que ao alvorecer
nada disto se sucedeu,
No que eu conceituo
como minha realidade.
Vagueio pelas ruas,
Longe dos artifícios
luminosos,
Escondendo-me na sombra
Que a lua compõe sobre
a noite,
Em busca da presa
perfeita.
Possuído pela insânia,
Anseio incontrolável,
Pelo fluído que me
sacia.
Finalmente encontro,
Mais uma vítima,
Inócua.
Arrepiada pelos
fragores nocturnos,
Passeia-se sobre um
manto de folhas,
Apressadamente,
Rumo ao seu propósito.
Sei que não tem forças
para mim…
Mas tento ser brutal,
Para que a sua
resistência,
Não lhe sustente o
sofrimento.
Salto em busca da
saciedade,
Meros segundos me
chegam,
Antes da fatalidade de
um golpe,
Para observar a sua
face frígida,
Consumida pelo pânico
da impotência,
E pela percepção da sua
ignorância.
Finalmente tenho a
pobre criatura,
Inapta e estática,
Entregue a minha
bestialidade.
Olho nos seus olhos
E vejo a estranha
satisfação,
De alimentar a causa do
seu próprio fim.
É o que compilo,
E guardo no mais
profundo consciente…)
… Acordo eu novamente,
Mesmo local,
Mesma condição,
Lá me reconheço…
Em frente do espelho,
Roupa trespassada,
E intelecto
desguarnecido…
Apenas preenchido por
estranhos olhares,
Os mais belos que
poderia contemplar,
Transmitem-me um vazio
intenso.
Consome-me a culpa,
De me lembrar apenas de
nada.
Sinto a devastação
dentro de mim,
Entregue à impotência,
Devaneio na minha
subconsciência,
Em busca da resposta,
À pergunta de sempre:
O que sou eu para além
de mim próprio?
Todo o dia fujo do
pensamento,
Obscurecido pela
ignorância do meu ser,
Emboscado numa
fronteira sem guarda,
Que sei ser possível
exceder,
Mas, impossível de
resistir,
Não é deliberada essa
acção,
Não é algo da minha
vontade,
Apenas um impulso sem
aviso,
Que subjuga a minha
decência.
Sei que durante mais
dois dias,
Tal suplício se repete,
E alheio ao meu
fundamento,
Aquele poder me
adquire.
Poucas horas me restam,
Para me perder novamente,
Na minha própria mente…
(novamente cá estou eu…
Mais um olhar
Marcado pelo
sofrimento,
Mais uma vítima
indefesa
Sucumbiu a minha
inclemência,
E aqui me defronto,
Esperando o fim da
madrugada,
Em frente do mesmo
espelho,
Observando tal cenário
horrendo.
Aberração da natureza
me vejo,
Encaro tal defeito,
Como uma beleza
natural,
Transfiguração extrema
do vulgar,
Realiza um ser supremo
E de majestoso poder.
Entregue à monotonia
De tal continua
observação,
Entro num transe
subconsciente…)
… Acordo distante,
Fora do local onde me
sepulto,
Encontrado de novo
Em pensamentos e
tormentos,
Que dissolvem a minha
firmeza,
Susceptível a qualquer
estímulo,
Sensível a todo o
movimento.
Perdido num labirinto,
Com tantas saídas,
Que enlouqueço
Por não saber pela qual
sair,
Cada passo que dou no
meu consciente
Me envolve mais numa
subconsciência,
Que me afoga
Num abismo de
incapacidade.
Sei que apenas sofro
mais um dia,
E que depois de tal
repetida penitência,
Tenho o merecido
descanso.
Durante a próxima
jornada de normalidade
Apenas me resigno a
presenciar
A lenta morte,
E precipitado
renascimento
Do berço da minha
loucura,
O orbe lunar.
Perdido num Rasto de Tempo ...
Perdido num rasto de
tempo,
Cansado e faminto de
verdade,
Traz-me o Futuro o
vento,
Com um gemido rouco
da idade.
De longe um vulto
conhecido,
Um corpo que parece
desenhado,
Ao perto se apresenta
num vestido,
A imagem que me
lembra o passado.
Expressão de um olhar
bem forte,
Que me prende no
primeiro momento,
No qual eu esqueço
até a morte
E viajo com todo o
consentimento.
Cabelos negros cor de
petróleo,
Que alimentam a minha
criatividade.
Sorriso pintado a
óleo,
Que me criam outra
realidade.
É um ser de ingénua
aparência
Mas de benévola
maldade possuída,
Que denota a sua
existência
Com sinais de
natureza acrescida.
Desperta em mim o
lado mais puro
E verdadeiro da
imensa consciência,
Levando-me a perceber
o Futuro,
Mesmo antes da minha
própria decência.
|
Perco-me nas
conversas criadas
A partir de palavras
meramente banais,
Que por duas mentes
emparelhadas,
Se formam melodias
carnais.
Não se esgotam os
temas insanos,
Que nos despertam
instintos naturais,
E que por tremores
humanos
Percebemos que somos
meros mortais.
Conquisto a sua mente
a cada dia,
Controlo as suas
palavras e a sua vontade,
E com poderes que nem
eu conhecia,
Entro nos seus sonhos
de verdade.
Sou um conhecedor da
matéria humana,
Que criou a sua
própria religião,
Se rege pela bíblia
de criação indiana,
Que fomenta o pecado
e a perdição.
Tantas palavras se
escrevem,
Por mão de um poeta
suponho,
Mas desta as minhas
forças não cedem,
Pois tudo não passou
de um sonho.
|
Fúria da Chuva
Ding… ding… ding…
Bate a chuva leve e
fria,
Como quem foge e se
esguia
Dos caminhos da
amargura.
Tic… tic… tic…
Bate a chuva nesta
gente,
Que se julga
diferente
E se enaltece da
loucura
Splash…splash…splash…
Bate a chuva em toda
a bota,
Rico ou pobre não
importa,
Só se salvam com
ventura.
Tlic… tlic… tlic…
Bate a chuva em cada
poço,
Escorrendo por todo o
troço,
Matando a sede com
ternura.
Não há mais som que a
chuva faça,
Para além do sino da
desgraça,
Que ela badala quando
passa
E rende á sua força,
seus irmãos.
Não há fogo, terra ou
vento,
Que se oponham ao
tormento,
De todo ou qualquer
momento
Que esta se tente
manifestar.
Chega a terra e
dá-lhe o poder,
Que jamais alguém
poderá vencer,
Ao qual só nos podemos
render
E esperar a fúria
passar.
Vem o vento e dá-lhe
a ligeireza,
Que por muita que
seja a beleza,
Nos embosca numa
tremenda tristeza,
De nunca a
conseguirmos travar.
|
Já o fogo lhe é
indiferente,
O controla
solenemente,
E se gaba rapidamente
Do seu poder de
dominar.
Blash… pfush… trush…
Bate a chuva em todo
o lado,
Deixando tudo
arrasado,
Quando nos vem
visitar.
|
Espelho
Olho para o espelho e
vejo,
Uma alma presa ao
próprio reflexo,
Que de o ver tão
complexo,
Se torna seu próprio
desejo.
Amarrado à própria
ilusão,
Cego pelo que tanto
quer ver,
Opta por tudo esquecer
E torna-se sua própria
paixão.
Descobre então, um ser
esquecido,
Limitado num mundo
paralelo
No qual todo o perdido
é belo,
Pelo que mostra o que é
pretendido.
Mas em tremenda vontade
de ambição,
Este pobre ser em vão
se esmera,
Pelo alcance de si
próprio, desespera
E se entrega á
decadente solidão.
Não é loucura, pois há
retribuição.
Ao invés da sombra que
foge da própria existência,
Este outro eu, busca-me
sem desistência,
Cada vez que desperto
sua atenção.
Vejo no seu expressivo
olhar,
A igualdade de
sofrimento,
De nunca em algum
momento,
Ele me puder tocar.
E assim o abandono
diariamente,
Num reflexo, limitado,
do meu mundo,
Onde este num desgosto
profundo,
Me vê partir novamente.
SanchesO Poeta
Acordado de um coma
social,
Despertei em mim o sujeito
poético.
Abandonando as ardósias
do passado,
Desembaracei as asas de
um espírito selvagem,
Que alberga as memorias
de uma viagem,
De anos e de reprovação
marcado.
Livre como o vento
escrevo,
Linhas de uma
idealidade instintiva.
Relembrando uma
infância perdida,
Como em pautas que
decifro a melodia,
Da música que reaviva o
dia,
De uma alma à poesia
vendida.
Esquecidos pelo velho
tempo,
Que a contemporânea
sociedade do Fado se encarregou.
Andam a monte os poetas
escondidos,
Como do astro-rei fogem
as sombras tímidas,
De uma multidão de
lembranças rígidas,
Dos sonhos dos
indivíduos esquecidos.
Como de uma droga, sou
dependente
Do sentimento que a
poesia acarreta.
Sou possuído por cada
frase escrita,
Que é proveito da plena
inspiração,
Em meros momentos de
concentração,
Enquanto o meu coração
de só palpita.
Por fim acaba a introdução,
À minha decepção
artística.
|
De ver o poeta a ser
esquecido,
A poesia ser meramente
rejeitada,
E a alma romântica
acabada,
Num preclaro poema
perdido.
Sanches
Sentimentos
Cheguei
devagar
perto de ti,
Reparei no teu olhar
e logo percebi,
Fomos feitos um para o outro,
sem tirar nem meter,
Temos um laço entre nós,
não o podemos perder.
Por que é que resisto,
se já não posso fugir.
Era apenas uma forte amizade,
mas agora há algo a surgir.
É uma sensação de dependência,
o que eu estou a sentir.
Como se na minha inconsciência,
uma droga estivesse a consumir.
Sanches
perto de ti,
Reparei no teu olhar
e logo percebi,
Fomos feitos um para o outro,
sem tirar nem meter,
Temos um laço entre nós,
não o podemos perder.
Por que é que resisto,
se já não posso fugir.
Era apenas uma forte amizade,
mas agora há algo a surgir.
É uma sensação de dependência,
o que eu estou a sentir.
Como se na minha inconsciência,
uma droga estivesse a consumir.
Sanches
Nuvem de Guerra
Noite
calma,
esperança na alma.
Nuvem sozinha,
chuva miudinha.
Mar agitado,
tempo nublado.
Revolução,
manifestação,
Tempo de espera
e não de paixão.
Não ao sofrimento,
não a dor.
Sim ao pensamento,
sim ao amor.
Pensar no próximo
com expectativa,
Seguir um propósito
com iniciativa.
Só temos de pensar
que uma simples nuvem
tudo pode mudar!
Sanches
esperança na alma.
Nuvem sozinha,
chuva miudinha.
Mar agitado,
tempo nublado.
Revolução,
manifestação,
Tempo de espera
e não de paixão.
Não ao sofrimento,
não a dor.
Sim ao pensamento,
sim ao amor.
Pensar no próximo
com expectativa,
Seguir um propósito
com iniciativa.
Só temos de pensar
que uma simples nuvem
tudo pode mudar!
Sanches
Homem
Homem, ser forte,
Ser que não chora,
Não teme a morte,
Despreza o medo e a sorte,
Como sendo imune a toda a hora.
Falsa é a estabilidade,
A sua força é uma mascara
Por de trás há igualdade,
A feminina sensibilidade
Que no berço acatara.
Chorar, é a fraqueza
Que tanto o homem teme,
Cada lágrima é a beleza
Que lhe enfraquece a dureza
E lhe desorienta o leme.
O homem teme a morte
Como a própria razão de viver,
Como uma bússola que aponta para Norte,
Segue sempre a sua sorte
Com medo de morrer.
Afinal o homem não é forte,
É um ser que chora,
Que teme a própria morte a toda a hora,
Que tem momentos de medo e de sorte,
E que o próprio Fado não ignora.
Sanches
Vida ..
Criança curiosa,
Pela praia a vaguear, Um belo búzio vê ao longe E começa a imaginar: Se fosse um búzio, Com uma casa de transportar, Entrava por água a dentro E descobria todo o mar, Conhecia outras conchas Para com suas cores me maravilhar. Jovem outrora criança,
Pela praia anda a pensar,
Se em vez de sonhar ser búzio, Para biólogo tentasse estudar. Pelo que acordou para a vida E percebeu que isso não o ia sustentar, Aí decidiu ser médico Para os pais agradar E uma família poder criar. Adulto que já fora sonhador, Sentado na praia a tentar Conter um choro profundo, Por não saber como as contas pagar. Não é médico pois as suas médias Não deram para nesse curso entrar, É sim homem sem trabalho E de sonhos por realizar, Pois quando era jovem Não seguiu o que lhe ia agradar, Seguiu sim sobre pressão O que dinheiro lhe iria dar a ganhar. |
Avô de netos sonhadores,
Para a praia está a olhar, Pensando que os seus sonhos Ainda estão por realizar. Então decidiu os seus netos avisar, Para que eles não deixem de sonhar, E tenham uma vida sem pesadelos, por os seus sonhos deixarem de concretizar. Sonhar é o que nos faz crescer, Por isso sonhem à vontade, Pois ajuda-nos a viver. Sanches |
You ...
Dos teus olhos verdes-azulados,
Vejo o mar exuberante,
Viajo por sonhos criados
A partir de momentos marcantes.
Teus olhos me fazem sonhar,
Como se estivesse encantado,
Conseguiste-me enfeitiçar,
Com feitiço do meu agrado.
Quando ouço musica,
Vejo-te a dançar.
Quando desenho,
(Como que por instinto)
O teu corpo começo a esboçar.
Não sei se é feitiço,
arte ou ilusão,
Se é sonho
ou obra do coração.
A música lembra-me a tua voz,
O vento o teu respirar,
Por isso não me esqueço de nós,
Nem do que podemos criar.
Sanches
Pensamentos
Tempestades de sentimentos,
ventos de emoção,
que levam magoas e tormentos
aos caminhos do coração.
Contra marés do medo eu rumo,
a favor das correntes de quem quer imaginar,
lutando com o remo a prumo,
contra as ondas dos que tentam censurar.
Sou homem livre de mandamentos,
sou alma pura de criação,
sigo ao sabor dos ventos,
o rumo da manifestação.
Dêem-me liberdade de movimento
e eu declaro a minha acção,
nada mais que um homem livre,
fugindo a injusta condenação.
Sanches
ventos de emoção,
que levam magoas e tormentos
aos caminhos do coração.
Contra marés do medo eu rumo,
a favor das correntes de quem quer imaginar,
lutando com o remo a prumo,
contra as ondas dos que tentam censurar.
Sou homem livre de mandamentos,
sou alma pura de criação,
sigo ao sabor dos ventos,
o rumo da manifestação.
Dêem-me liberdade de movimento
e eu declaro a minha acção,
nada mais que um homem livre,
fugindo a injusta condenação.
Sanches
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